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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

15 anos sem Chico Science, 20 anos com Manguebeat

O inquieto Chico Science
É..., infelizmente lá se vão 15 anos sem o inquieto Chico Science, um dos caras mais “endiabrados” que já vi em cima de um palco e um dos propulsores do movimento musical denominado Manguebeat, juntamente com Lúcio Maia, Alexandre Dengue, Toca Ogam, Gilmar Bola 8, Gira, Canhoto e Jorge Du Peixe, a rapaziada que integrava a Nação Zumbi na época de sua fundação, em Recife no ano de 1990. É preciso salientar que esse movimento teve a importantíssima e fundamental participação da também banda pernambucana, Mundo Livre S/A, fundada em 1984, e cujos componentes são Fred Zero Quatro, Areia, Xef Tony, Léo D e Tom Rocha. Quando digo “um dos propulsores”, e não o cito como um dos criadores, como muitos divulgam, é que há rumores que esse movimento pode ter surgido nos anos de 1970, com o guitarrista Robertinho de Recife, quando este lançou os discos “Jardim de Infância” de 1977, “Robertinho no Passo” de 1978, e “E Agora Pra Vocês..., Suingues Tropicais” de 1979, mesmo que Robertinho diga que não tem o interesse de reivindicar nada e por ser cristão evangélico hoje em dia e por isso tudo são praias abandonadas por ele. Isso sem falar que há um músico baiano que declara ser ele o criador de tudo. Mas quanto ao fato de Chico, Fred e toda a moçada da Nação Zumbi e Mundo Livre S/A serem os ícones desse movimento não há dúvida disso. Movimento que visava, e ainda visa criticar o quanto a periferia de Recife, a área de mangue para ser mais exato, estava, e ainda está abandonada no sentido econômico-social, assim como todo o estado de Pernambuco e Região Nordeste. Essa turma, em sua maioria, teve uma infância cuja sobrevivência dependia totalmente do pouco que o subúrbio paupérrimo da cidade de Recife lhes oferecia, mesmo sendo considerada uma metrópole, e por isso, esse tal de Francisco de Assis França, vulgo Chico Scince, nascido em 13 de março de 1966 em Olinda-PE, é aquele que se autodenominava o homem-caranguejo ou um dos caranguejos com cérebro. Para que se entenda bem o porquê, é preciso saber que no bairro Candeias da cidade de Recife, em julho de 1992, foi redigido um manifesto cujo nome era, Caranguejos com Cérebro de autoria do músico e jornalista Fred Zero Quatro, em parceria com o também jornalista e atual secretario de cultura de Recife, Renato Lins, mas conhecido como Renato L., assim como a participação do próprio Chico Scince, é lógico. O manifesto cita tanto o caos urbano quanto a fragilidade de uma cidade, que banhada por seis rios, e por isso chamada de Veneza Brasileira, e ser uma das maiores capitais do Brasil, cresce de forma desordenada ferindo e aterrando um dos ecossistemas mais completos que há, ou seja, o mangue, em nome do progresso desordenado, tanto que nos anos de 1990 foi considerada uma das cinco piores cidades do mundo em condições de vida, hoje em dia é preciso se rever no que de fato mudou. Mas nada descaracteriza a genialidade desse músico autodidata que na procura da batida perfeita fez uma verdadeira “revofolia” em nosso já vasto universo musical, tirando da fome à tecnologia tudo aquilo que ninguém sabia que poderia haver, mas havia, bem ali, escondida, entre a lama e o caos. Surpreendendo a todos com um movimento em que misturava a música do mundo, com um forte tempero do movimento hip hop, rock punk inglês, funk, música eletrônica e com leves pitadas de reggae, mas nunca esquecendo a música raiz de Pernambuco, como o maracatu. Tenho pra mim que esse movimento, mesmo tendo atingindo um ápice em países como Portugal e Escócia, de onde surgiram movimentos como o Terjo Beat e Bloco Vomit, respectivamente, não alcançou um nível mundial, devido em 02 de fevereiro de 1997 ter morrido precocemente esse que foi um dos seus maiores articulador-precursores. Morte esta ocorrida em Recife e causada através de um acidente automobilístico estúpido..., aliás, qual o acidente automobilístico que não é estúpido?! Assim que o Brasil (ao ler-se Brasil entenda que isso se refere somente aos antenados da época!) ouviu o som produzido pela Nação Zumbi, e outros grupos que vieram no rastro, não teve jeito, todos queriam ouvir e ver aqueles que traziam algo de novo, pois é público e notório que sempre precisamos de renovações, ainda mais quando ela é boa, e Chico Science era, é, e sempre será pra lá de ótimo. Assim como todos os outros músicos que ainda atuam e incorporam o movimento com o Mundo Livre S/A e a Nação Zumbi, que agora tem Fred Zero Quatro no vocal, músicos esses que seguem carreira solo como Otto (ex-Mundo Livre), ou que compõem bandas como: Sheik Tosado, Mestre Ambrósio, Faces do Subúrbio, Via Sat, Querosene Jacaré, Eddie, e Jorge Cabeleira, que por uma questão econômico-social e ambiental, vindas de uma cidade que agoniza de um lado e prospera de outro, mostrando o quanto é desigual e mesquinho o progresso que tem por ótica somente o ganho desenfreado, mas que apesar disso criou fortes inclinações para a rica criatividade, daqueles que fizeram do cenário pernambucano, não só no sentido da música, pois o movimento agregou teatro, cinema, dança e outras manifestações artísticas, como um exemplo a ser seguido. Vida longa a todos esses mangueboys, artistas no sentido amplo da palavra e idealistas porretas de bons, e muitas saudades de gosto eterno e sincero ao grande, e quase que imensamente insano e profundamente visionário, Chico Science.
Chico Science & A Nação Zumbi

Discografia da Nação Zumbi:

Com Chico Science:

Com Jorge dü Peixe no vocal:

CSNZ (1998)
Futura (2005)
Fome de Tudo (2007)
Ao Vivo em Recife (2012)
Oitavo álbum de estúdio (2012)

Álbuns ao Vivo

 

Coletâneas

     

Participações/Parcerias

Fernanda Abreu: Raio X (1997) - Participação em "Rio 40 Graus".
Pavilhão 9: Cadeia Nacional (1998) - Participação na música "Bembolado".
Baião de Viramundo - Tributo a Luiz Gonzaga (2000) - Uma Coletânea  em homenagem à Luiz Gonzaga. Nação Zumbi regravou a canção "O Fole Roncou".
Estúdio Coca-Cola - Skank e Nação Zumbi (2007) - Projeto da MTV Brasil em parceria com a Coca-Cola. De Março a Agosto de 2007 promoveu a união de vários artistas. Skank e Nação Zumbi foram a última mistura, e tocaram 9 músicas.

Trilhas Sonoras:

Em telenovelas:
Tropicaliente (1994) - "A Praieira"
Viver a Vida (2009) - Não fazendo parte da trilha sonora oficial, mas em diversos momentos uma versão instrumental de "Sangue de Bairro" foi tema da personagem "Benê"
Cordel Encantado (2011) - "Maracatu Atômico"

No cinema:
Baile Perfumado (1997) - "Sangue de Bairro" e "Salustiano Song"
Caramuru - A Invenção do Brasil (2001) - "Manguetown"
Amarelo Manga (2003) - "Tempo Amarelo"
Meu Tio Matou um Cara (2004) - "Barato Total" com Gal Costa
Besouro (2009) - "Besouro - Cordão de Ouro"

A banda Mundo Livre S/A.

Discografia da banda Mundo Livre S/A:

Por Pouco (2000)

 

Compilações


Outros

2004 - Box Bit (Box contendo os quatro os primeiros mais um DVD com 10 clipes) (2004)
Bebadogroove (2005)


Participações


Links de Sustentação:

Antes de tudo, a banda Orla Orbe:

Sobre Chico Science:




Sobre a Nação Zumbi:


Site oficial da banda Mundo Livre S/A:

Sobre a banda Mundo Livre S/A:



Manifesto Caranguejos com Cérebro:


Site oficial do Manguebeat:

Sobre o movimento Manguebeat:









Sobre Renato L.:

Reportagem com Robertinho de Recife:

Sobre Recife:

O jornalista e atual secretário de cultura de Recife, Renato L.

Abraços, sempre!
 
Mu®illo diM@tto

Um comentário:

  1. Não sabia dessa história, as vezes acho que vivo em outro mundo, mas eu gosto muito desse movimento. Só que não ouço mais nada a respeito, essas rádios estão uma merda!

    Um bj na boquinha lindinho.

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