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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

O meu país, por Zé Ramalho


José Ramalho Neto, mais conhecido como Zé Ramalho, é um cantor, compositor e músico paraibano. nasceu em 03 de outubro de 1949 na cidade de Brejo do Cruz, no sertão da Paraíba, a 380 quilômetros da capital, João Pessoa. Filho de Estelita Torres Ramalho, uma professora do ensino fundamental, e Antônio de Pádua Pordeus Ramalho, um seresteiro. Quando tinha dois anos de idade, seu pai se afogou em uma represa do sertão, e passou a ser criado por seu avô. A relação entre os dois seria mais tarde homenageada na mística canção "Avôhai". Após passar a maior parte da sua infância em Campina Grande, sua família se mudou para João Pessoa. 

Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado colocou Zé Ramalho na 41ª posição. 

Assim que a família se estabeleceu em João Pessoa, ele participou de algumas apresentações de Jovem Guarda, sendo influenciado por Renato Barros, Leno e Lílian, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Golden Boys, Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd e Bob Dylan.

Os primeiros trabalhos: 1974-1975.
Em 1974, ele tocou na trilha sonora do filme "Nordeste: Cordel, Repente e Canção", de Tânia Quaresma. Na época, passou a misturar as suas influências: de roque a forró. Um ano depois, gravou seu primeiro álbum, Paêbirú, com Lula Côrtes na gravadora Rozenblit. Hoje em dia, as cópias desse disco valem muito por serem raras.

Começo da carreira: 1975-1984.

Em 1976, mudou-se para o Rio de Janeiro.
Em 1977, gravou seu primeiro álbum solo, "Zé Ramalho". 
Em 1979, o segundo álbum, A Peleja do Diabo com o Dono do Céu. Ainda neste ano, produz o álbum 20 Palavras ao redor do Sol, primeiro trabalho de Cátia de França. Mudou-se para Fortaleza em 1980, onde escreveu seu livro Carne de Pescoço. O terceiro álbum A Terceira Lâmina, foi lançado em 1981, ano em que nasceu sua primeira filha, Maria Maria; logo após, veio o quarto disco, Força Verde, em 1982.


Em 1983, após o lançamento do quinto álbum, Orquídea Negra, terminou sua relação com Amelinha Collares. Depois de gravar Pra Não Dizer que Não Falei de Rock (também conhecido como Por Aquelas que Foram Bem Amadas), no início do ano de 1984, casou com Roberta Ramalho, com quem é casado até hoje.

Acusação de plágio.

Zé Ramalho foi acusado na edição da revista Veja de 21 de julho de 1982 de plagiar na letra da canção "Força Verde", um texto de William Butler Yeats utilizado como introdução pelo roteirista Roy Thomas numa revista em quadrinhos do Hulk publicada no Brasil 10 anos antes pela GEA.

Queda na popularidade: 1985-1990.

Os anos 80 seriam palco de uma queda no sucesso de Zé Ramalho, com o lançamento dos álbuns De Gosto de Água e de Amigos (1985), Opus Visionário (1986) e Décimas de um Cantador (1987). Uma possível causa dessa fase ruim seria o uso de experimentalismo na música. Em 1990 e 1991, ele tocou nos Estados Unidos para um público brasileiro.


De volta ao sucesso: 1991-2001.
Foto retirada no show O Grande Encontro, em 1996.
Em 1991, sua única irmã, Goretti, morreu. Ainda assim, gravou seu décimo primeiro álbum, Brasil Nordeste (que continha regravações de músicas típicas nordestinas) e voltou ao seus tempos de sucesso. A canção "Entre a Serpente e a Estrela" foi utilizada na trilha sonora da novela Pedra Sobre Pedra. Em 1992, teve seu quinto filho, José, (o primeiro com Roberta), fato que foi seguido pelo lançamento do álbum Frevoador. Em 1995, nasceu a segunda filha: Linda.

Em 1996, gravou o álbum ao vivo O Grande Encontro com Elba Ramalho e os famosos nomes da MPB Alceu Valença e Geraldo Azevedo. No mesmo ano, lançou o álbum Cidades e Lendas.

O sucesso de O Grande Encontro foi grande o suficiente pra que Zé Ramalho decidisse gravar uma nova versão de estúdio em 1997, desta vez sem Alceu Valença. O álbum vendeu mais de 300.000 cópias, recebendo os certificados ouro e platina.

Para celebrar seus vinte anos de carreira, lançou o CD Antologia Acústica. A gravadora Sony Music também lançou uma box set com três discos: um de raridades, um de duetos e um de sucessos. A escritora brasileira Luciane Alves lançou o livro Zé Ramalho – um Visionário do século XX.

Antes do fim do milênio, um outro sucesso Admirável Gado Novo (primeiramente lançado no álbum A Peleja do Diabo com o Dono do Céu) foi usado como tema do líder sem terra Regino, personagem emblemático de Jackson Antunes na novela O Rei do Gado. Ele também lançou o álbum Eu Sou Todos Nós, seguido do Nação Nordestina, sendo que nesse último a música nordestina foi novamente explorada. O álbum foi indicado para o Latin GRAMMY Award de Melhor Álbum de Música Regional ou de Origem Brasileira.

O terceiro milênio: 2001-presente..

Zé Ramalho na Virada Cultural de São Paulo, em 2008.

Zé Ramalho, retratado em ilustração de 2003.
O primeiro trabalho do século XXI foi o álbum tributo Zé Ramalho Canta Raul Seixas, com regravações de canções do músico baiano. Dividiu o palco com Elba Ramalho no Rock in Rio III. Em 2002, a Som Livre lança um CD de grandes sucessos chamado Perfil, parte da série Perfil. Também em 2002, veio o décimo sétimo álbum, O Gosto da Criação.

Em 2003, Estação Brasil, um álbum com várias regravações de canções brasileiras e uma inédita foi lançado. Fez uma participação especial na faixa "Sinônimos" do álbum Aqui Sistema é Bruto, de Chitãozinho & Xororó.

Em 2005, gravou seu único álbum solo ao vivo, Zé Ramalho ao vivo. Seu mais recente álbum de inéditas Parceria dos Viajantes, foi lançado em 2007 e indicado para o Latin GRAMMY de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira.

Em 2008, um álbum de raridades chamado Zé Ramalho da Paraíba foi lançado pela Discoberta, seguido de um novo álbum de covers Zé Ramalho Canta Bob Dylan - Tá Tudo Mudando, homenageando o músico americano.

Em 2009, um novo álbum de covers Zé Ramalho Canta Luiz Gonzaga foi lançado para homenagear o músico pernambucano.

Em 2010, continuou homenageando suas influências com o álbum Zé Ramalho Canta Jackson do Pandeiro.

Seu trabalho mais recente de covers é o álbum Zé Ramalho Canta Beatles, lançado em agosto de 2011, com regravações do Fab Four. É o seu quarto álbum de covers em três anos.

Em 2012, lançou o seu primeiro disco de inéditas em cinco anos, Sinais dos Tempos, por meio de sua nova gravadora própria, Avôhai Music.

No dia 22 de setembro de 2013, tocou ao lado da banda de metal Sepultura no palco Sunset do Rock in Rio 2013, no espetáculo que foi chamado de "Zépultura".O show foi bastante elogiado pela crítica, e agradou ao público presente. Vale lembrar que essa parceria já havia acontecido anteriormente, quando eles gravaram juntos a canção "A Dança das Borboletas" que fez parte da trilha sonora do filme Lisbela e o Prisioneiro (2003).

Em Novembro de 2014, Zé lançou um álbum ao vivo colaborativo com o cantor e violonista Fagner, intitulado Fagner & Zé Ramalho Ao Vivo.

Discografia.



Álbuns de estúdio:

1975 - Zé Ramalho e Lula Côrtes / Paêbirú: Caminho da Montanha do Sol - (Solar/Rozenblit)


Paêbirú: Caminho da Montanha do Sol, também conhecido simplesmente por Paêbirú ou Peabiru é um álbum de Lula Côrtes e Zé Ramalho, lançado no ano de 1975 pela extinta gravadora Rozenblit. Foi o primeiro e único álbum lançado da parceria entre os dois. 

Também foi o segundo álbum de Lula Côrtes e o primeiro de Zé Ramalho.

O disco contém uma grande miscelânea de gêneros musicais como o rock psicodélico, jazz, e ritmos regionais do Nordeste Brasileiro. Foi um dos primeiros discos não declarados da psicodélia brasileira.[2] O disco é hoje o vinil com maior valor comercial no Brasil. Bem conservado, um disco da edição original vale em torno de 4 mil reais.

O álbum original vem acompanhado de um livro que traz estudos sobre a região e informações sobre a lenda do Caminho da Montanha do Sol. 

A principal inspiração dos músicos na criação do disco foi a Pedra do Ingá, situada no município de Ingá, no interior da Paraíba, que é hoje um dos monumentos arqueológicos mais significativos do mundo.

No decorrer da criação do disco, a variedade de lendas sobre Sumé – entidade mitológica em que os indígenas acreditavam antes da colonização – inspiraram além da faixa de abertura, diversas passagens do álbum. Outras entidades importantes da cultura brasileira como Iemanjá também são citadas.

O tal Caminho da Montanha do Sol (ou "Caminho do Peabiru") mencionado em seu nome é uma estrada construída pelos índios há mais de mil anos, que ligava o Oceano Pacífico ao Oceano Atlântico e que passa pelo Vale do Ivaí.

O álbum conta com a participação de Alceu Valença e Geraldo Azevedo.

1978 - Zé Ramalho - (Epic/CBS)

-Zé Ramalho é o álbum de estreia solo do cantor brasileiro Zé RamalhoO álbum conta com a participação do tecladista Patrick Moraz, da banda inglesa Yes, na faixa "Avôhai". A música foi composta em homenagem ao avô de Zé, que o adotou após o pai morrer afogado dois anos depois de seu nascimento. Ramalho diz que a inspiração para a música veio após uma experiência com cogumelos alucinógenos na fazenda de uns amigos. Ele olhou para o céu e viu a "sombra de uma gigantesca nave espacial", e uma voz disse "Avôhai" em seu ouvido. Ele estava na fazenda para realizar um estudo para a faculdade de medicina. "Avôhai" é uma junção das palavras "Avô" e "Pai". 

1979 - A Peleja do Diabo com o Dono do Céu - (Epic/CBS)
-Segundo disco do compositor, cantor e violonista Zé Ramalho (1949), A Peleja do Diabo com o Dono do Céu é gravado em junho de 1979 e lançado em setembro do mesmo ano. Depois do sucesso do álbum de estreia, o compositor lapida seu segundo trabalho, cujo título remete ao universo da literatura de cordel, também aludido pelo filme "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" (1969), do cineasta Glauber Rocha (1939-1981), uma de suas referências. Registrado em oito canais no estúdio da Epic/CBS, o LP traz dez faixas, todas de sua autoria, e rende-lhe o primeiro Disco de Ouro da carreira. Conta com a produção de Carlos Alberto Sion, que assina a direção musical ao lado de Paulo Machado, responsável pela regência e pelos arranjos de cordas e metais, e, ainda, Zé Ramalho, que se encarrega dos arranjos de base.

Zé Ramalho envolve-se na concepção da capa e financia sua produção. Nela, aparecem o compositor empunhando o violão, no papel de “Dono do Céu”, resistindo à tentação de uma mulher vampiresca, interpretada pela atriz Xuxa Lopes (1953), e seu rival, protagonizado pela figura diabólica do cineasta José Mojica Marins (1936), o Zé do Caixão.

O músico consolida, neste disco, seu estilo, que recorre mais à declamação. Letras extensas, entoadas em tom profético, remetem ao folk de Bob Dylan (1941), aos repentes de Otacílio Batista (1923) e ao surrealismo do cantador Zé Limeira (1886-1954).

Embora no trabalho do compositor prevaleçam as canções de conteúdo místico, A Peleja traz algumas de teor político e crítica social, ainda que repletas de alegorias e simbolismos. Transitando por diferentes gêneros musicais, o álbum resume a visão de mundo do cantor, numa espécie de eletrificação dos repentes. A faixa-título abre o disco em ritmo de forró:
"Ói, com tanto dinheiro girando no mundoQuem tem pede muito, quem não tem pede maisCobiçam a terra e toda a riquezaDo reino dos homens e dos animais."
Músicas como Admirável Gado Novo”, canção que tem o baião como base rítmica e instrumental, reflete sobre as contradições de uma sociedade capitalista, massificada, sob um regime autoritário. Incluída em suas apresentações desde 1978, a música torna-se conhecida e aclamada pelo público antes do lançamento em disco. O título remete ao universo criado por Aldous Huxley (1894-1963), em Admirável Mundo Novo (1932). O refrão, em forma de aboio “Êh, ô, vida de gado”, já usado em outras canções populares [como na “Toada de Gado”, de Vavá Machado (1946?-2012) e Arlindo Marcolino, musicada pelo Quinteto Violado, em 1976, é reaproveitado pelo compositor. Na versão de Ramalho torna-se metáfora da sina do povo que “foge da ignorância, apesar de viver tão perto dela”. Além da letra marcante, a canção fixa-se na memória popular pelo arranjo de cordas e a instrumentação, que deixam em segundo plano a combinação entre o violão rascante de Zé Ramalho e o violão de 12 cordas arpejado de Geraldo Azevedo. Mais tarde, a música seria usada como tema dos sem-terra na novela O Rei do Gado (1996), da TV Globo, alcançando a venda de 2 milhões de cópias da trilha. 

O disco também tem a participação de Pepeu Gomes na guitarra,  Jorge Mautner (1941- no violino, Borel na zabumba, Geraldo Azevedo no violão,

1981 - A Terceira Lâmina - (Epic/CBS).

- A Terceira Lâmina é o terceiro álbum do cantor, lançado em 1981, e que contribuiu para o aumento da popularidade do músico. Como seus dois antecessores, o disco segue misturando influências nordestinas e do rock.

A faixa de abertura, "Canção Agalopada", tem a participação da soprano Maria Lúcia Godoy e foi feita com base em um poema de Zé escrito para seu livro de 1977, Apocalipse, e que utiliza as formas martelo agalopado e galope à beira-mar.




1982 - Força Verde - (Epic/CBS).


-A Força Verde é o quarto álbum do cantor brasileiro Zé Ramalho, lançado em 1982. A primeira faixa, que dá nome ao álbum, foi alvo de um caso de processo por plágio. A letra é uma tradução de um poema do escritor irlandês Willian Butler Yeats, mas Zé aparentemente a copiou de um gibi do Íncrível Hulk sem conhecer - nem citar - a origem. O caso rendeu um processo judicial, embora o escritor seja citado como autor da letra em álbuns subsequentes.

1983 - Orquídea Negra - (Epic/CBS).

-Orquídea Negra é o quinto álbum do cantor brasileiro Zé Ramalho, lançado em 1983. O álbum conta com a participação de vários artistas. Zé, que acredita em seres extra e intraterrestres, disse que uma vez foi procurado por um homem que se identificou como membro dos Illuminati e disse a ele que eles conseguiram fazer contato com algumas "espécies" usando sua canção "Kryptônia".





1984 - Por Aquelas Que Foram Bem Amadas ou Pra não dizer que não falei de Rock - (Epic/CBS)
- Por Aquelas Que Foram Bem Amadas (também conhecido como Pra Não Dizer que Não Falei de Rock) é o sexto álbum do cantor brasileiro Zé Ramalho, lançado em 1984.

Na capa do álbum, Zé Ramalho aparece sem sua barba característica e nos braços de uma mulher, Marelise, filha de Zé do Caixão (diretor da capa do álbum) e uma jibóia, Rita, que já atuou em filmes como Luz del Fuego

O álbum possui uma série de canções de rock and roll compostas por Zé entre 1974 e 1975.



1985 - De Gosto de Água e de Amigos - (Epic/CBS)

- De Gosto de Água e de Amigos é o sétimo álbum do cantor brasileiro Zé Ramalho, lançado em 1985. Golden Boys, banda brasileira da Jovem Guarda, fez várias participações no álbum, que foi produzido por Renato Corrêa, membro do grupo.









1986 - Opus Visionário - (Epic/CBS)
- Opus Visionário é o oitavo álbum do cantor

















1987 - Décimas de um Cantador - (Epic/CBS)
1992 - Frevoador - (Columbia/Sony Music)
1996 - Cidades e Lendas - (BMG)
1997 - 20 Anos: Antologia Acústica - (BMG)
1998 - Eu Sou Todos Nós - (BMG)
2002 - O Gosto da Criação - (BMG)
2003 - Estação Brasil - (BMG)
2007 - Parceria dos Viajantes - (Sony/BMG)
2008 - Zé Ramalho da Paraíba - (Discobertas/Coqueiro Verde)
2012 - Sinais dos Tempos - (Avôhai Music)
Coletâneas

2002 - Perfil
2007 - Zé Ramalho em foco


Cover:

1991 - Brasil Nordeste - (Columbia/Sony Music)

2000 - Nação Nordestina - (BMG)

















2001 - Zé Ramalho Canta Raul Seixas - (BMG)
2008 - Zé Ramalho Canta Bob Dylan - Tá Tudo Mudando - (EMI)
2009 - Zé Ramalho Canta Luiz Gonzaga - (Discobertas/Sony)
2010 - Zé Ramalho Canta Jackson do Pandeiro - (Discobertas/Sony)
2011 - Zé Ramalho Canta Beatles - (Discobertas/Sony)
Ao vivo[editar | editar código-fonte]
2005 - Zé Ramalho ao vivo - (Sony/BMG)
2014 - Fagner & Zé Ramalho Ao Vivo - (Sony Music)
2018 - Zé Ramalho na Paraíba - (Avôhai Music/Discobertas)
Caixa[editar | editar código-fonte]
1996 - 20 Anos de Carreira (Sony Music)
2003 - Zé Ramalho (Sony Music)
2010 - A Caixa de Pandora - (Sony Music)
2016 - Voz e Violão - 40 Anos de Música - (Avôhai Music/Discobertas)
2017 - Zé Ramalho Anos 70 (Avôhai Music/Discobertas)

Participações:
DVD:

2001 - Zé Ramalho Canta Raul Seixas: Ao Vivo
2005 - Zé Ramalho ao Vivo
2007 - Parceria dos Viajantes
2008 - Zé Ramalho Canta Bob Dylan - Tá Tudo Mudando
2009 - Zé Ramalho - O Herdeiro de Avohai - documentário
2018 - Zé Ramalho na Paraíba.

Tele-temas:

1982 - "São Sebastião do Rodeio", dueto com Zé Geraldo, tema de Paraíso
1982 - "Os Doze Trabalhos de Hércules", tema de Pirlimpimpim
1985 - "Mistérios da Meia-Noite", tema de Roque Santeiro
1985 - "Oh, Pecador!", dueto com Coral Seculo XX, tema de De Quina Pra Lua
1992 - "Entre a Serpente e a Estrela (Amarillo By Money)", tema de Pedra Sobre Pedra
1993 - "Sensual (Palácio Fácil)", tema de Fera Ferida
1996 - "Profetas", tema de O Fim do Mundo
1996 - "Admirável Gado Novo", tema de O Rei do Gado
1997 - "Avohai", tema de A Indomada
1999 - "O Que é Sympathia?", tema de Chiquinha Gonzaga
2001 - "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás", tema de Um Anjo Caiu do Céu
2001 - "Batendo na Porta Do Céu", tema de Picara Sonhadora
2004 - "Sinônimos", dueto com Chitãozinho & Xororó, tema de A Escrava Isaura
2005 - "Canção Agalopada", tema de Bang Bang
2005 - "Corações Animais", tema de Essas Mulheres
2006 - "Do Muito e do Pouco", dueto com Oswaldo Montenegro, tema de Bicho do Mato
2008 - "Sinônimos", dueto com Chitãozinho & Xororó, tema de A Favorita
2009 - "O Vento Vai Responder (Blowin' In The Wind)", tema de Caminho das Índias
2010 - "A Última Nau", tema de Tempos Modernos
2010 - "O Amanhã é Distante (Tomorrow is a Long Time)", tema de Araguaia
2011 - "Chão de Giz", tema de Cordel Encantado
2011 - "Mulher nova, bonita e carinhosa", tema de 'Uma dupla quase dinâmica
2014 - "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", tema de Plano Alto'
2015 - "Sinônimos", tema de Lívia e Felipe em Além do Tempo
2016 - "Avôhai", tema de Êta Mundo Bom!
2016 - "Chão de giz", tema de Maurício e Beatriz "Justiça"
2017 - "Garoto de aluguel", tema de "O Outro Lado do Paraíso"
2018 - "Canção agalopada", "Frevo mulher" e "Jardim das Acácias", temas de Onde Nascem os Fortes
2019 - "Entre a Serpente e a Estrela (Amarillo By Money)", tema de O sétimo guardião

Curiosidades:

.Estudou medicina, mas não se formou, pois preferiu a carreira musical.
.Pelo lado paterno, é primo da também cantora Elba Ramalho.
.Antes de compor, ele escrevia versos de cordel.
.Em 1974, seu primeiro filho com Ízis, Christian, nasceu.
.Em 1978, seu segundo filho, Antônio, nasceu.
.Em 1979, veio o terceiro filho, João, fruto de sua relação com a cantora Amelinha. 

Música: O Meu Pais
Artista: Zé Ramalho
Álbum: 
Licenciado para o YouTube por:
SME (em nome de Sony BMG Music Entertainment); EMI Music Publishing, LatinAutor, UNIAO BRASILEIRA DE EDITORAS DE MUSICA - UBEM e 1 associação de direitos musicais.


Letra:
O Meu País
Compositores: Livardo Alves - Orlando Tejo - Gilvan Chaves

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram - se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país

Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país

Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país

Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio - x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o Brasil em mil Brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Links de sustentação:


ALMEIDA, Miguel de. Amelinha e Zé Ramalho no parque, com Frevo Mulher. Folha de S. Paulo, São Paulo, 31 maio 1980. Ilustrada. p. 30.

AS PESSOAS da cidade grande, na visão de Zé Ramalho. Folha de S. Paulo, São Paulo, 21 nov. 1978. Ilustrada. p. 41.

BELTRÃO, Petronio Fernandes. A insurgência, o visionarismo e a nordestinidade como marcas identitárias do sujeito-poeta-cantor Zé Ramalho. 2012. 85 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2012.

LUCIANO, Aderaldo. 35 anos de A Peleja Do Diabo Com O Dono Do Céu. Jornal GGN, 18 ago. 2014. Disponível em: < http://jornalggn.com.br/blog/aderaldo-luciano/35-anos-de-a-peleja-do-diabo-com-o-dono-do-ceu >. Acesso em: 13 out. 2015.

SEVERIANO, Jairo; MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo: 85 anos de músicas brasileiras, vol. 2: 1958-1985. São Paulo: Editora 34, 1998. (Ouvido Musical).

VILLAÇA, Túlio. Na beira do mar. Blog Sobre a canção. Disponível em: < https://tuliovillaca.wordpress.com/2012/01/25/na-beira-do-mar/ >. Acesso em: 16 out. 2015.

ZÉ RAMALHO. Entrevista concedida a Charles Gavin, para o programa O Som do Vinil. Canal Brasil, Episódio 27, 2012.

ZÉ RAMALHO. Site oficial do artista. Disponível em: < http://zeramalho.com.br/ >. Acesso em: 13 out. 2015.

A poesia quando boa, tem música nas palavras, e ai, é só dançar, com métrica ou não!
Abraços, sempre!!!...
Mu®illo diM@tto


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