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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Repassando Postagem: Sai de cena Paulo Vanzolini, um homem de moral no samba de São Paulo

É clichê se referir a Paulo Vanzolini (25 de abril de 1924 - 28 de abril de 2013) como um cronista musical da cidade de São Paulo (SP). Contudo, tal traço é mesmo marcante na arquitetura da obra deste compositor paulista que sai de cena na noite deste domingo, aos 89 anos, e fica na história da música popular do Brasil com seus sambas que retratam a alma e o cotidiano efervescente de Sampa. Para o grande público, Vanzolini - morto em consequência de pneumomia que o levou a ser internado no hospital Albert Einstein na última quinta-feira, 25 de abril, data em que completou 89 anos - vai ser sempre lembrado, se for lembrado, pela autoria do samba Volta por cima (lançado pelo cantor Noite Ilustrada em 1962 com sucesso que se estendeu pelo ano de 1963) e do samba-canção Ronda (composto em 1945, lançado sem repercussão em 1953 pela cantora Inezita Barroso e propagado com força a partir de 1967 nas vozes de cantoras como Cláudia Morena, Márcia e Maria Bethânia), as duas composições mais conhecidas deste mestre na música e na zoologia (ciência no qual se doutorou em Harvard). O samba teve o poder de incluir no dicionário a expressão volta por cima para designar um renascer das cinzas. Já o samba-canção ajudou a associar a obra de Vanzolini a São Paulo por conta dos versos cinematográficos que retratam a saga de mulher enciumada à caça do amante boêmio pelos bares de Sampa. Circuito boêmio também frequentado pelo compositor de Praça Clóvis, samba que ganhou a voz de Chico Buarque no registro feito para o primeiro disco de Vanzolini, Onze sambas e uma capoeira, editado em 1967 pela gravadora Marcus Pereira. Na ciência ou na música, Paulo Vanzolini não foi de homem fazer fita. Falou o que pensava, fiel aos seus princípios ideológicos e musicais - como ficou nítido nas cenas do documentário sobre sua vida e obra, Um homem de moral, dirigido por Ricardo Dias e exibido nos cinemas brasileiros em 2009. Tanto que o compositor criticou publicamente a gravação de Ronda feita por Maria Bethânia em 1978 para o álbum Álibi. Preferia a de Márcia. Como não se considerava um cantor, Vanzolini deixa discografia reduzida, cabendo destacar os álbuns A música de Paulo Vanzolini (Marcus Pereira, 1974) - em que vários cantores dão vozes ao cancioneiro do compositor - e Paulo Vanzolini por ele mesmo (Eldorado, 1981). Em 2003, a bela caixa Acerto de contas (Biscoito Fino) resumiu em quatro CDs - com gravações inéditas - a obra singular deste artista sincero, um homem de moral no universo do samba de São Paulo.


um dos blogs mais legais em relação a música.ornalista e crítico carioca especializado em música - fã de cantoras e colecionador de discos - que acredita no ofício de escrever racionalmente sobre a mais emocional das formas de arte, a música. Faça uma visita, você vai aprender muito.
Abraços!!!...
Mu®illo diM@ttos

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