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domingo, 15 de abril de 2012

Bob Dylan vem ai, mas a que preço?


Bob Dylan no Brasil, o que isso significa, além de uma boa música de qualidade aterrissando por aqui? Além do lado bom de todos os atributos musicais que esse grande artista nos dispõe, de sua figura marcante no palco e de toda a qualidade posta em suas apresentações? Infelizmente, na vinda desse grande artista, tem o lado negro da força, que são os valores cobrados pelos ingressos aqui no país. 

Bob Dylan com aquela voz um tanto quanto diferente, já é um grande diferencial para que ele seja um cantor muito mais interessante. É também um dos poucos artistas que ainda se atrelam a chamada música de protesto (é..., mesmo que digam não, eu digo: ainda!) e isso talvez por que ele, assim como eu, sabe que protestar, de forma saudável, sempre será uma boa pedida. E se esse protesto vier assim, com inteligência, ótima sonoridade e letras que nos façam refletir, o melhor a se fazer é cantar junto e bater palmas. E como aqui, agorinha mesmo eu disse que protestar, de forma saudável sempre será uma boa pedida, aqui vai o meu protesto: os preços para assistir essa lenda da música mundial estão custando os olhos da cara, bom seria se o próprio Bob protestasse também em relação a isso, já que no caso as pessoas envolvidas com a produção da sua turnê não tem a noção de que ainda somos terceiro mundo e que fica inviável para tantos, os valores cobrados para as apresentações  no país. 

É chato ver a música assim, supervalorizada só no que se diz respeito ao capital, e não tão supervalorizada no quesito cultural... digo isso em vista de que já não se ouve tanto esse guerreiro, cantor de folk, rock e blues, entre outros de igual valor em nossas rádios, e quando enfim, ele nos visita, as nossas casas de entretenimento só lembram mesmo de faturar, já que elas mesmas não se valorizam como casas de cultura. Para se ter uma ideia, veja a lista de preços e aonde vai passar a turnê de Dylan por aqui, em nossas terras tupiniquins:

No Citibank Hall - Av. Ayrton Senna, 3000, Shopping Via Parque - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro, no dia 15 de abril, às 20h00min, os ingressos estarão a R$ 800,00 (cadeira vip e camarote), R$ 700,00 (cadeira palco), R$ 600,00 (cadeira especial), R$ 550,00 (cadeira central e poltrona), R$ 500,00 (cadeira lateral).

No Ginásio Nilson Nelson - Setor SRPN, Asa Norte Brasília, no dia 17 de abril, às 21h30min, o valor dos ingressos serão: R$ 250,00 (pista premium), R$ 140,00 (pista) e R$ 120,00 (arquibancada).

No
Chevrolet Hall - Av. Nossa Senhora do Carmo, 230 – Savassi – Belo Horizonte, no dia 19 de abril, às21h00min, os ingressos custarão: R$ 180,00 (pista 1º lote), R$ 200,00 (2º lote), R$ 220,00 (3º) e R$ 240,00 (4º).

No
Credicard Hall - Av. das Nações Unidas, 17.981 – São Paulo, no dia 21 de abril, às 20h00min; e 22 de abril, às 22h00min, os ingressos estarão a R$ 900,00 (camarote 1 e cadeira vip), R$ 800,00 (camarote 2), R$ 750,00 (cadeira 1), R$ 650,00 (cadeira 2), R$ 550,00 (poltrona 1), R$ 450,00 (poltrona 2), R$ 200,00 (plateia superior 1 e 2), R$ 180,00 (plateia superior 3) e R$ 150,00 (visão parcial).

No Pepsi on Stage - Av. Severo Dulius, 1995 – Porto Alegre, em 24 de abril, às 21h00min, os ingressos estarão um pouco mais barato:  R$ 140,00 (pista 1º lote), R$ 160,00 (2º) e R$ 180,00 (mezanino).

Pois é, então é isso, muita dinheirama para empresários e pouca cultura para o povo de baixa renda, pois esses não terão o acesso aos espetáculos de Dylan. 

Bem, protesto feito, vamos falar agora de Bob Dylan, que é um dos dinossauros da música remanescente dos anos 1960, onde tudo parecia estar aflorando e as ideias fervilhando. A década de 1960 foi marcante no que se diz respeito à filosofia da contracultura. Era de fato a juventude da época contra o resto do mundo. Época em que fervia em desencontros políticos, na verdade nada muito diferente de agora. E assim, essa juventude de rebeldia pacifica, fugia dos parâmetros com roupas coloridas, cordões com o símbolo da paz, brincos enormes, pulseiras e cintos largos, cabelos compridos, muita música eletrificada, idealismo pop e o uso incontido de drogas originárias de tudo quanto é lugar do mundo, pois era a época das experimentações. O LSD era a ostia dos descontentes, e enquanto estes protestavam com atitudes passiveis contra guerras, preconceitos e modismos ditatoriais, eles criavam então, mesmo sem intenção, a “moda” hippie. E Bob era uma espécie de porta voz desse movimento, um Raul Seixas das terras do Tio Sam, tanto que em 2004, Bob Dylan, foi eleito segundo a revista Rolling Stone em o 2º melhor artista de todos os tempos, perdendo somente para os também lendários The Beatles

Robert Allen Zimmerman, seu nome verdadeiro, nasceu em Duluth, em Minnesota, Estados Unidos, no dia 24 de maio de 1941. De origem judaica, desde cedo se mostrou um contestador, aprendeu a tocar guitarra e piano sozinho e logo se mostrou também um ótimo poeta e subsequentemente um tremendo de um compositor. Hoje é notório que a música folk de protesto de Dylan galga outros caminhos, mais pessoais, e não tão sociais como no início da carreira, mas como entendo bem de protestar tanto o mundo, quanto a si mesmo, escrevendo tanto sobre atitudes arbitrarias de reis e ditadores, assim como de frustrações emotivas e profissionais, sei bem como é essa revolução interna. Muitos o chamaram de traidor, pois Bob mudou seu caminho poético-musical, tramitando também do folk para o rock, mas que ao fazer isso, demonstrou coragem criativa àqueles que o vaiaram, pois estes viram a multidão de fãs que Dylan ganhou pelo mundo com essa mudança, atraindo assim o olhar de outros músicos, como John Lennon, para citar apenas um exemplo. É sempre bom quando se abre o leque das possibilidades, mesmo correndo o risco de erros. Bob quando mudou a sua forma de compor, mudou também de religião, do judaísmo passou ao cristianismo, e isso também pareceu mexer com o brio de muita gente, idiotices da vida, pois o que importa em um artista não é o seu padrão de escolhas e sim que elas o levem a elevação de sua arte. 

É... Bob Dylan, mesmo agora, parece manter a sua juventude inquieta, pois sua mutação ainda é constate. Que venha Dylan, então!... pena que empresários fiquem nos camarotes, e não o povo. 

Discografia

Em estúdio:

Dylan  
Desire  
Saved  

Ao vivo:


Filmes:


Links de sustentação:




A poesia quando boa, tem música nas palavras, e ai, é só dançar, com métrica ou não!
Abraços, sempre!!!...
Mu®illo diM@tto

Um comentário:

  1. Simplesmente adoooooro esse Bob, com sua voz fanha, seu violão e sua harmônica. Não tem pra ninguém, mas é, não tem pra ninguém mesmo! Com esse preço não dá!
    Linda postagem, meu poetinha.

    Beijo!

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